Dez anos de produção e vendas do mercado editorial brasileiro

Oasys compareceu ao lançamento da série histórica – 2006 a 2016 – do estudo sobre o setor editorial brasileiro, a convite do Sindicato Nacional dos Editores de Livros e da Câmara Brasileira do Livro (Snel). O evento ocorreu na sede do Snel, no centro do Rio de Janeiro, e foi apresentado por Marcos Pereira – dono da editora Sextante e presidente do Snel – e pela professora Leda Paulani, que coordena a pesquisa através da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP. Preparamos um breve resumo com tópicos que chamaram mais atenção:

 
No período de 2006 a 2016 os preços gerais de livros caíram 36%. O código Da Vinci, se fosse lançado hoje, e se não houvesse queda no valor, custaria R$ 80,00. O mercado imaginava que, ao abaixar os preços, aumentaria o consumo, mas não foi assim que aconteceu.

 
O segmento com melhor performance em todo o período é o de livros religiosos. Em segundo lugar, obras de referência (livros universitários), principalmente por causa do maior acesso da população à universidade. Em terceiro, didáticos e em último, obras gerais (romances, contos, infantis juvenis, literatura etc).

 
De 2006 a 2009 o mercado cresceu como um todo. A partir de 2009 as vendas começaram a cair e 2015 apresentou o pior resultado da série.

 
O segmento de obras gerais – ficção e não ficção – teve a pior queda a partir de 2011. Em termos de faturamento, isso representa 500 milhões de reais.

 

O mercado editorial brasileiro não acompanha o crescimento do PIB. Nesses 10 anos o PIB aumentou – com exceção de 2014/15 – e era natural que, ao aumentar o poder aquisitivo da população, aumentasse também a venda de livros, porém, não foi assim que aconteceu.

 

Por outro lado, em 2006 o numero de obras comercializadas no ano era de 193 milhões. Em 2015 foram 255 milhões de livros vendidos.

 

Ágape (Ed. Globo), do Padre Marcelo Rossi, vendeu quase 8 milhões de exemplares. O caçador de pipas e O segredo (Ediouro) venderam 2 milhões de exemplares cada.

 

Após manter os preços baixos por muito tempo, em 2016, isso se tornou insustentável, por causa da inflação, e foi necessário aumentar. Resultado: caiu ainda mais o consumo.

 

A Avon é a campeã de vendas no segmento porta a porta.

 

Atualmente, o nível de inadimplência das livrarias para com as editoras é ‘monstro’.

 

Sobre a frase: Leitura é hábito, disse Marcos Pereira. “Eu tenho o hábito de escovar os dentes mas não gosto, é chato. O hábito da leitura começa quando a gente gosta. E aí vira hábito”.

 

 

Por Valéria Martins

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