“A Flor Azul do Deserto” (Ed. Viseu) reúne treze contos narrados a partir do ponto de vista de personagens dos Evangelhos. Ao tratá-los como pessoas comuns, falíveis e sujeitos aos males que afligem a humanidade desde o início dos tempos, a autora Sheyla Guedes, incita a empatia dos leitores, que se tornam cativos e coadjuvantes nos relatos. Essa experiência de leitura tem o poder de renovar o nosso deslumbramento diante das passagens do Novo Testamento abordadas nos contos. Leiam a entrevista com Sheyla.
Seu livro traz contos de inspiração cristã e podem ser lidos por toda pessoa que admire ou tenha como inspiração Jesus Cristo. Qual a importância deste livro no contexto atual?
R: As palavras e os feitos de Jesus são provenientes da fonte de água viva que jorra além do espaço e do tempo. Assim foram, são e serão sempre importantes para a evolução espiritual da humanidade como referencial de sabedoria, compaixão e entusiasmo. O livro aproxima o leitor, com leveza e simplicidade, de personagens, acontecimentos e, principalmente, da mensagem cristã.
Ao romantizar passagens do Novo Testamento, você humaniza os personagens bíblicos e os traz para junto do leitor. Isso foi planejado desde o início da escrita?
R: Nada foi planejado. O livro nasceu numa tarde de domingo quando senti vontade de escrever sobre a filha do cego de Betsaida (personagem fictício) que aos sete anos conheceu Jesus. Daí foram surgindo as inspirações… Nem eu mesma sabia quem seria o próximo personagem.
Você não é teóloga e nem adepta de nenhuma religião. Como se define? Ou não se define?
R: Talvez a melhor palavra que me defina é “espiritualista”. Na verdade, busco aprender com os seres iluminados que passaram pelo nosso planeta como trilhar a espiral evolutiva.
Seu livro anterior chama-se “A revelação”. De que trata?
R: São contos d’almas em puro transformismo. Alguns falam de dores e suas revelações; outros falam de amores e seus encantos e comunicam lições provindas de outras realidades. Em todos há a possibilidade de aprendizado do viver, do nascer e do morrer, do trasmudar-se.
Onde está A Flor Azul do Deserto e como é possível colhê-la?
R: A flor não “está”, ela “É” a consciência da divina presença em nós. Como é possível colhê-la? Basta ter a fé do tamanho de um grão de mostarda e usar o cajado da vontade para desvendá-la. Todavia, a jornada ficará mais fácil se tiver como companheiros a humildade, o entusiasmo e a gentileza.