Passagem para a literatura fantástica

Anjos, demônios, jogos de poder e mistérios estão nas páginas de Passagem para a escuridão (Editora Verve), livro de estreia do escritor Danilo Sarcinelli. Influenciado por Steve Jackson, Ian Livingstone, Tolkien e Bernard Cornwell, o autor faz parte do time da nova fantasia nacional que ganha espaço no mercado e atenção dos leitores. Lançamento de Passagem para a escuridão (Editora Verve), neste sábado, dia 8, às 18hs, no bar Metrópole no Humaitá, no Rio de Janeiro.

 

Quais as dificuldades, como brasileiro, para escrever literatura fantástica sombria com reinos e castelos europeus?

 

A dificuldade não é escrever, já que hoje em dia temos acesso a uma vasta quantidade de informação sobre virtualmente qualquer assunto na internet, livros e afins. A questão mais complicada para um autor brasileiro é encontrar espaço no mercado literário, e nesse caso, as barreiras para a fantasia nacional são ainda maiores. Quando os leitores pararem de encaram a fantasia nacional como um subproduto terão uma baita surpresa.

 

Em seu livro, forças malignas ameaçam a família Dante, do próspero reino de Tibéria. A luta entre o bem e o mal ainda é um grande dilema na literatura? Por quê?

 

Por que é um clássico! Mas brincadeiras à parte, apesar da luta entre o bem e o mal ainda ser um tema recorrente na literatura, a roupagem é bastante diferente. O público não acredita mais em heróis românticos, puros e perfeitos, que enfrentam com coragem monstros malignos. Os personagens precisam ser mais críveis e reais, afinal, na vida real, ninguém é um santo cavaleiro da justiça.

 

Como foi o seu processo criativo para formular o universo do seu livro?

 

Foi um trabalho árduo de muita revisão, leitura crítica, tentativas e erros. Comecei escrevendo Alta Fantasia, com direito a magos disparando bolas de fogo, panteões de deuses e navios voadores. Com o tempo passei a me preocupar mais com a história em si e menos no mapa do mundo e no calendário especial que usaria. Gradualmente minha história foi ficando mais sombria, os personagens mais densos e os conflitos mais dramáticos.

 

A Fantasia conta com muitos leitores entre os adolescentes e jovens adultos. O que torna esse gênero tão atrativo ao público citado?

 

Não sei dizer ao certo… Posso falar por mim! Adoro uma boa aventura, com boas doses de intriga e magia. Nada melhor que viajar para mundos distantes, sejam fantásticos ou históricos, onde até os conflitos mais banais podem acabar em um duelo de espadas emocionante!

 

Quando começou seu amor pela Fantasia e quais autores influenciaram no seu crescimento como leitor e autor?

 

Meu primeiro contato com a literatura de fantasia foi com os livros jogos da série Aventuras Fantásticas de Steve Jackson e Ian Livingstone, e desde então passei a ler alguns clássicos como Tolkien, Salvatore e Margareth Weis. Também tenho como influência mestres da ficção histórica, como Bernard Cornwell, Conn Iggulden e James Clavell. Nos últimos anos, descobri a Fantasia Sombria de George Martin, e realmente me encontrei!

 

A continuação do livro está pronta? Planeja ambientar outras histórias no mesmo cenário?

 

Passagem para a Escuridão é uma duologia, e a continuação já está pronta e revisada. Muito em breve estará disponível como ebook na Amazon. Tenho um conto que se passa nesse mundo que está para ser lançado em uma antologia, mas ainda é um segredo. Ideias para continuar essa história tenho várias, o importante é tempo para escrever.

 

– José Fontenele

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