Experimentações e paciência

A voz firme e personalíssima do escritor Pedro Dutra Pedra conduz o leitor através das seis narrativas curtas que compõem seu novo livro de contos, Cara de cavalo (7Letras). Histórias envolvendo paixões fugazes, vinganças ferozes e crimes violentos são contadas em parágrafos curtos e precisos, com rica linguagem que explora a fundo as cores e matizes da Língua Portuguesa. Depois da estreia auspiciosa com Flor encarnada, este novo livro consolida o nome de Pedro Dutra Pedra como um contista de estilo próprio, criativo e original capaz de nos levar para dentro das histórias como se as vivêssemos. Leia a entrevista com o autor:

O senhor começou a publicar tardiamente – “Flor encarnada” (2018) e “Cara de cavalo” (2019). Por quê?

R: Outros afazeres me ocupavam, e o meu tempo era insuficiente para que eu atingisse o estado de aperfeiçoamento que pretendo. Aliás, temo que sempre será assim.

 

Seu local de nascimento é uma pequena cidade no interior do Maranhão, mas sua literatura não é regionalista, pelo contrário. De onde vêm os seus contos?

R: De uma capital ou cidade do Nordeste com as características mencionadas. O leitor  é que terá de descobrir.

 

É notável, em seus livros, a maneira personal de narrar em parágrafos curtos e afirmativos. Como desenvolveu seu estilo?

R: Com experimentações e paciência. As minhas histórias não sofrem menos de 50/60 revisões antes de serem publicadas. Espero um dia contar com mais leitores críticos pra me ajudarem a melhorar o que sempre pode ser melhorado.

 

O senhor escreve também ensaios críticos curtos, sobre literatura universal, e os publica em sua página no Facebook. Como é sua rotina de escritor? Como define suas leituras e sobre o que irá escrever?

R: 1) – não os chamo ensaios, mas: anotações de leitura ou impressões de leitura. 2) – minha rotina de trabalho é pela manhã. 3) –Defino minhas leituras pela qualidade dos textos e pelo interesse nos enredos. Finalmente, os fatos e as pessoas sobre as quais escrevo se impõem e me perseguem.

 

Seus dois livros são de contos. Tem planos de escrever um romance?

R: Nunca pensei nisso. Meus contos não são flagrantes nem instantâneos da vida, são histórias curtas. Tudo que eu pudesse pôr em um romance estão resumidamente neles. De todo modo, ainda não morri.

 

 

 

 

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