Detetive olímpico e incorrigível

O detetive Andrade, personagem de Fernando Perdigão, é convidado a trabalhar em Olimpíadas fictícias no Rio de Janeiro. Ele desconfia de uma série de crimes contra atletas estrangeiros e passa a investigar as ocorrências contrariando a vontade de seus superiores, chegando a um desfecho imprevisível e cômico. “Investigação Olímpica: Mais um caso ordinário do detetive Andrade”, é o segundo livro do autor e mostra com o protagonista em sua melhor forma, criticando, fazendo observações e piadas inconvenientes sobre tudo e todos.

 

Tanto na Literatura quando no cinema ou séries de TV, as histórias de detetives sempre têm muitos fãs. Quais qualidades fazem esse gênero continuar fascinando o público?

 

Acho que o gênero se notabiliza por atrair o leitor para a próxima página, aflito e ansioso pelos acontecimentos e surpresas que podem estar nela.

 

O fato de escrever o livro que se passa durante uma olimpíada fictícia no Rio de Janeiro exigiu uma grande pesquisa? Como foi?

 

Criar um ambiente ficcional olímpico, cuja realidade é conhecida por reportagens e matérias de jornal, não demandou tanta pesquisa. O maior tempo foi gasto pesquisando incidentes em olimpíadas e outros eventos esportivos, até me fixar na natureza dos crimes que seriam matéria das investigações.

 

O seu livro trata de crimes misteriosos durante uma olimpíada fictícia no Rio de Janeiro. Acredita que algo do gênero possa acontecer durante os Jogos?

 

Não, realmente não. Além da segurança reforçada durante os Jogos, os eventos que descrevo são mais peculiares do que os crimes que se poderia antecipar. Mas quem sabe?

 

Se Andrade pudesse encontrar algum detetive da ficção, quem ele escolheria e o que diria?

 

O Andrade não se daria bem com nenhum detetive que tentasse se intrometer nos seus casos ou disputar sua autoridade moral e intelectual, que ele considera insuperáveis. Pensando bem, talvez ele gostasse de dar uma prensa no Hercule Poirot.

 

No primeiro livro, Andrade investigou um caso a pedido de um embaixador, agora é comissário olímpico. No próximo romance ele será secretário de segurança do Rio de Janeiro?

 

Ele não duraria um dia como político. Nem tem tais ambições. Gostaria mesmo de que ninguém o incomodasse, nem ousasse cometer um crime nas suas vizinhanças.


Há planos para o detetive Andrade no meio audiovisual?  

 

Pelo tipo de linguagem usada, direta, com muitos diálogos e forte apelo visual, acho que o transporte para o meio audiovisual é mais simples. Espero que ocorra, mas apesar de já estar conversando com produtores, não há nada de concreto ainda.

 

– José Fontenele

Este site utiliza cookies para lhe oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar neste site, você concorda com o uso de cookies.