Terça-feira, 10 de outubro, às 19h, na Travessa Botafogo, lançamento de “É inverno” (Chiado), da escritora Cecília Mouta. O romance acompanha Izzy e três amigos durante sua estação do ano preferida: o inverno. Contudo, o tempo incomum daquele ano e os pesadelos de Lil, melhor amiga de Izzy, transformam completamente a vida deles. “É inverno” é o segundo livro da autora, que fez sua estreia com o romance “O colecionador de borboletas” (Novo século).
É inverno começa com uma história sobre crianças. Isso lembra um pouco Stephen King. Quais foram os livros e leituras que a inspiraram para compor É inverno?
Tive a ideia para É Inverno depois de ler o livro Antes que eu Vá da Lauren Oliver. Como eu queria que tivesse um salto de tempo na história e que, mesmo assim, a personagem fosse adolescente, como no livro da Lauren, resolvi fazer a primeira parte da história na infância.
Por que escolheu situar seu livro em outro país, que não o Brasil?
Cada história que eu escrevo eu situo num lugar diferente. Vai muito do que eu sinto da história, onde no mundo eu acho que ela se encaixa melhor. Não me prendo a nenhum país. Como um personagem importante desse livro é a neve, não tinha como ele ser situado aqui.
Tanto É inverno quanto seu romance anterior, O colecionador de borboletas, versam sobre temas sobrenaturais, questões metafísicas. Por que esses assuntos são caros a você?
Gosto desses temas porque eles dão um mistério a mais na narrativa, dá para “brincar” melhor com a história. Sou uma pessoa muito curiosa com o universo em si e acho que esses temas são um tempero a mais no enredo.
Além de escritora, Cecília também é poeta, compositora, toca piano, violão e guitarra. Como essa artista completa exerce todos esses talentos no dia a dia?
Sou uma pessoa muito instintiva, não me obrigo a fazer minha arte. Se um dia eu acordo mais disposta para a música, naquele dia me dedico a isso. Se em outro acordo mais disposta a escrever, então escrevo. Fico períodos em cada um, de forma cíclica e natural.
Seu próximo livro terá como pano de fundo a época da ditatura no Brasil. Por que elegeu esse período histórico? Pode adiantar algo da história?
Um dos meus próximos projetos é sobre a Ditadura, mas também tenho outros em mente. Tive a ideia em 2014, quando se completava 50 anos do Golpe e, na época, senti vontade de falar sobre isso. Mas como é uma história que exige muita pesquisa, caminha a passos lentos.
– Valéria Martins