As várias vozes de Godofredo de Oliveira Neto

Uma atriz octogenária transmite sua experiência a um recém-chegado aos palcos. A relação estreita-se, beirando o erotismo, enquanto ambos desenvolvem textos dramatúrgicos baseados em suas vidas. Romance insinuoso e cheio de significados, “Grito”, de Godofredo de Oliveira Neto, chegou às livrarias após a participação do autor na Printemps Littéraire Brésilien, evento dedicado a lusofonia na Universidade Paris-Sorbonne. Nesta entrevista, Godofredo comenta o lançamento e a experiência de ter seus livros publicados na França.

 

2016 foi um ano excelente com o lançamento e a repercussão de Grito na mídia. Como avalia o sucesso do livro? 
Essa repercussão me surpreendeu. Penso que a correspondência entre as artes vem retomando um grande espaço na vida cultural. Não falo da questão temática, mas do processo de transposição interartística. E o teatro me parece ser a manifestação artística mais forte nessas primeiras décadas do século XXI. O “Grito” opera nessa linha.

 

Você acaba de voltar de Paris, onde seus romances “Menino oculto” (L´Enfant Caché) e “Amores exilados” (Amours Exilées), estão publicados na editora Envolume. Como é a percepção e a receptividade da literatura brasileira por parte do povo francês?
O “Amores exilados” em francês mereceu grande artigo no jornal Le Figaro. A versão francesa do “Menino oculto” também foi celebrada na imprensa, o mesmo Le Figaro falou em “coup de coeur”, algo parecido com paixão imediata, o que me deixou muito gratificado. O jornal Le Monde comparou o “Menino oculto” à arte de Almodóvar. O livro integrou ainda o prestigioso prêmio “A escolha dos livreiros da França 2015”. Na semana passada li um trecho da versão francesa do “Amores exilados” na France Culture, a rádio Cult da França.

 

Em 2016 você também participou de algumas feiras de livros. Acredita que esses eventos ajudam na formação de leitores?
As Feiras fazem circular títulos e nomes de autores. Ajudam sim, e muito, apesar de alguns não concordarem. Ajudam a divulgar os títulos autores no imaginário popular.

 

Quais são seus planos para 2017?
Estou escrevendo um romance passado nos dias atuais entre São Paulo e Rio de Janeiro, ainda não dá para fornecer mais detalhes. Além disso, respondo à intensa demanda, de entrevistas a feiras, sobre o “Grito”.

 

– Valéria Martins

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