As várias faces do Amor

Arqueologia do discurso amoroso”, da escritora e professor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ieda Tucherman, é um longo ensaio no qual, em capítulos curtos, a autora aborda temas contemporâneos que formatam nossos sentimentos ou a compreensão que temos deles, tais como ‘amor e autoajuda’, ‘amor e neurociência’, ‘fobia de engajamentos’, ‘amores hiperconectados’ – estes últimos dizem respeito a nossa ‘segunda vida’ nos dispositivos móveis. O título é uma homenagem e uma resposta ao clássico “Fragmentos de um discurso amoroso”, de Roland Barthes (1977). Leiam a entrevista com a autora.

 

“Arqueologia do discurso amoroso” é, a começar pelo título, uma homenagem a Roland Barthes (1915-1980), autor do clássico “Fragmentos de um discurso amoroso” (1977). Qual é a importância desse filósofo em sua vida?

 

R: Barthes foi fundamental para quem estudou comunicação nos anos 70/80. “Fragmentos do discurso” amoroso foi o livro de cabeceira da minha geração pela sensibilidade da análise e a qualidade poética.

O amor é um tema universal, e por isso mesmo, um tanto ‘batido’. Por que escrever sobre o amor em tempos em que o desamor parece prevalecer?

 

R: Por isto mesmo: é preciso defender o amor da banalização.

 

Seu livro é leitura de alta qualidade por conter muitas informações e reflexões inusitadas. Por exemplo, que a invenção do sofá foi um incentivo ao amor. Como foi a pesquisa para escrever?

 

R: Como sempre alegre e tensa: minha vantagem é que pesquiso tendo meus alunos de pós-graduação como interlocutores, assim recebo entusiasmo e feedback.

 

Segundo seu estudo, no século XXI, o amor romântico deu lugar ao amor prático, com objetivo. Não há mais lugar para românticos no mundo atual?

 

R: Certamente que há, mas são como as araras azuis, sempre correndo o risco de extinção

 

Ao longo de toda sua intensa e extensa carreira acadêmica, este é seu segundo livro. Pretende investir mais na escrita daqui em diante?

 

R: É o segundo livro, contudo tenho mais de trinta entre artigos e capítulos de livro publicados. Sempre investi na escrita – talvez agora possa me dedicar a textos mais longos, ou seja, novos livros.

 

Este site utiliza cookies para lhe oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar neste site, você concorda com o uso de cookies.