As narrativas de “Espiral – Contos e vertigens”, segundo livro de Luciana Chardelli, falam de relações afetivas, mais perdas que ganhos, violência (em alguns casos), sem abrir mão da poesia e de um certo ‘desconcerto’ em relação ao mundo. O lançamento é dia 22 de outubro, quinta feira, 19h, ao vivo no canal da Oasys no YouTube. Este é o link direto: https://bit.ly/315Rl5w
Você formou-se em jornalismo e depois em direito, assumindo a profissão de advogada. A vocação para escrever foi o motivo da opção pela primeira faculdade? Quando e por que resolveu mudar? Onde ficou a escrita em meio a essa mudança?
R: A opção pela primeira faculdade veio após uma tentativa frustrada em desenho industrial. Ainda cursava a faculdade, com um péssimo desempenho, quando ganhei uma máquina de escrever Olivetti e um conselho: mude, seu talento é outro.
O direito surgiu em minha vida bem mais tarde, queria entender profunda e verdadeiramente o que era a justiça, aprender e usar meu conhecimento da maneira mais benéfica possível. A escrita e a emoção sempre estiveram em todas as minhas petições. A letra da lei em uma petição é muito importante, mas a estória por sob os autos para mim fala mais.
“Espiral” chamava-se “Caracol” – o título mudou em meio ao processo de edição. Ambas palavras trazem o sentido de movimento circular, mas sem ser no mesmo lugar, com algum sentido e direção. Assim são os contos do seu livro? A metáfora faz sentido?
R: Totalmente. Os contos falam muito sobre amor e solidão, nesse sentido acho que muitas vezes rodopiamos em busca de uma saída, um entendimento.
Houve um intervalo de quase dez antes entre seu primeiro livro, o romance “Penso, logo insisto: um desencontro” e “Espiral”. Por que? Nesse meio tempo, se manteve escrevendo?
R: Escrever mexe muito comigo, busco sentimentos e referências por todos os lados e isso nem sempre é fácil, mas nunca deixei de escrever. Minha mente escreve o tempo todo, brinco que até meus bilhetes são novelas.
Suas crônicas na revista literária online Obvius Magazine atingem milhares de compartilhamentos nas redes sociais. Qual é a importância da crônica e dessa parceria com a OM, que já dura muitos anos, em sua vida?
R: Foi na Obvious que percebi minha escrita como um instrumento capaz de tocar as pessoas. Recebo mensagens lindas de pessoas que se identificaram com alguma crônica e que de alguma forma sentiram-se acolhidas. As crônicas tiveram um papel fundamental na minha escrita.
“Espiral” saiu, está no mundo. O que espera alcançar com esse livro?
R: Na verdade eu já alcancei, porque o que eu queria era pôr o filho para fora de casa e depois engravidar de outro. Se ele for um bom filho eu vou ficar feliz.